quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Campanha Natal Sem Fome dos Sonhos Beneficiou mais de 50 mil em Pernambuco

Vítimas da enchente de junho, em Barreiros, são pressionadas pela prefeitura a deixar acampamentos. Água e comida acabaram e segurança foi retirada

Famílias que estão alojadas no acampamento Esperança, no município de Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, montado pelo governo do Estado com apoio da prefeitura e de uma Organização Não-Governamental internacional para abrigar as vítimas da enchente de junho de 2010, denunciam que estão sofrendo todo o tipo de pressão do poder público para deixar o local. Muita gente já saiu. Um dos abrigos, que ficava localizado na entrada da cidade, já foi desativado. De acordo com os acampados, os funcionários da prefeitura dizem que eles precisam sair, pois não há mais comida. A água mineral já deixou de ser fornecida. Há 15 dias, o governo do Estado retirou o policiamento. Há dois dias, por volta das 17h, ocorreu um tiroteio no acampamento.

Helena Severina da Silva, 61 anos, mora numa das barracas com a filha, o genro e a neta de 3 meses. Relatou que todos os dias sofre pressão psicológica para abandonar o local. “Todos os dias, eles dizem que a gente têm que sair. Dizem que, se a gente ficar aqui, nós não vamos receber o auxílio-moradia no valor de R$ 150. O problema é que, com esse valor, não conseguimos alugar nenhuma casa. Não há mais casas em Barreiros para alugar. Só tem de R$ 400 e R$ 500”, informou.

O genro de Helena, Iranildo da Silva Rufino, 20 anos, relata que até kit de limpeza não estão entregando mais. “A gente está vivendo agora do que as pessoas estão entregando aqui. No Natal, por exemplo, deixaram bastante comida. Disso, não temos do que reclamar. Mas não temos mais artigos de limpeza. Faltam pasta de dente, papel higiênico, sabonete, entre outros produtos. Se a gente não se virar, fica sem nada. Eles avisaram que o prazo de seis meses acabou. O problema é que não temos para aonde ir. Não estamos aqui por nossa vontade. O que vamos fazer?”, questionou.

Outra reclamação é o corte no fornecimento de água mineral. “Já faz tempo que não estamos mais recebendo água potável para beber. Agora, é no caminhão-pipa. Ele vem toda semana e enche aquelas caixas. A água serve para tudo. Semana passada encontramos um sapo morto dentro do reservatório”, declarou Iranildo.

Reginaldo Francisco da Silva, 40 anos, mora com a mulher e seis filhos pequenos no acampamento. “A gente está sendo bastante pressionado. A pressão é psicológica. Até mesmo as pessoas que deveriam nos auxiliar psicologicamente estão dizendo que a gente precisa sair. Dizem que não vamos receber o auxílio. Mas só podemos sair daqui quando as casas estiverem prontas.”

CASAS

O governo do Estado já encontrou um terreno, em Barreiros, onde já começou a construção de unidades habitacionais para os flagelados da chuva. A área fica num ponto alto com o objetivo de evitar que novas tragédias se repitam. Na manhã de ontem, várias máquinas pesadas trabalhavam no local. Ao contrário do município de Palmares, na mesma região, as casas ainda não começaram a serem erguidas. No momento, a obra encontra-se na fase da terraplenagem.

Fonte: Jornal do Commercio – Cidades – 13/Jan/2010

Inserido Por Anselmo Monteiro – Coord. Ação PE Solidário

Três cidades unidas pela dor

Chuvas varreram comunidades, causaram estragos e mataram ao menos 271 pessoas em Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis, na Região Serrana do Rio

RIO – A Região Serrana do Rio amanheceu ontem mergulhada em lágrimas. Castigadas por chuvas torrenciais durante a noite de terça-feira e a madrugada de ontem, as cidades de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis contabilizavam 271 mortos até as 23h30 (horário do Recife), segundo as prefeituras, número que pode aumentar, pois ainda há desaparecidos sob montes de lama e escombros. A história, que se repete todos os anos – apenas o cenário muda – desta vez une pobres e ricos. Todos vítimas de uma tragédia que expõe não só a força da natureza, mas o descaso de autoridades.

A Região Serrana passou o dia de ontem contabilizando perdas. Teresópolis concentrava o maior número de mortos: 130. Pelo menos 960 pessoas ficaram desabrigadas na cidade, e outras 1.280 desalojadas. A Defesa Civil de Petrópolis registrava 34 mortes, mas a própria prefeitura esperava um número bem maior, pela dificuldade das equipes de socorro em chegar aos locais atingidos. Haveria ainda, mais de 30 desaparecidos. Os problemas de comunicação em Nova Friburgo, que passou o dia isolada por barreiras, também dificultavam o resgate. Lá, foram ao menos 107 mortes, sendo quatro bombeiros, soterrados enquanto se dirigiam para uma operação de salvamento.

Foi a maior catástrofe natural desde 1967 em um só dia no Brasil. Deslizamentos de toneladas de terra, quedas de pedras gigantescas e enxurradas de lama comparadas a tsunamis tomaram bairros inteiros e inundaram prédios em segundos, em um cenário semelhante ao provocado pelo furacão Katrina, que em 2005 devastou a cidade americana de Nova Orleans, nos Estados Unidos.

Faltam água, energia elétrica e telefone. Pelo menos três estradas que cortam a região precisaram ser interditadas parcialmente, o que atrapalhou ainda mais o trabalho de bombeiros e agentes da Defesa Civil. Famílias inteiras morreram com a força da enchente ou dos deslizamentos. Em alguns pontos, rios subiram até cinco metros e invadiram casas enquanto os moradores dormiam. Centenas de casas foram varridas pela terra que desceu as encostas, arrastando árvores e pedras.

A região serrana é formada por montes cobertos por Mata Atlântica, onde solos são instáveis e propensos a deslizamentos. A construção de casas e prédios em vales, próximos a rios, também facilita a formação de enchentes. A pedido do governador Sérgio Cabral, que está viajando e ainda não foi à região, a Marinha colocou helicópteros à disposição.

TERESÓPOLIS

No início da tarde, o prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, decretou estado de emergência e calamidade pública. Desmoronamentos atingiram 17 bairros da cidade. Nos cálculos dele, a cidade precisará de R$ 100 milhões para reparar os estragos: “É a maior tragédia de Teresópolis”.

Os desabrigados estão sendo levados para o Ginásio Poliesportivo Pedro Jahara e para um galpão na Rua Tamoio, no bairro do Meudon. Escolas também estão acolhendo as vítimas. Na avaliação do secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, cerca de duas mil famílias devem ser removidas de Teresópolis, sendo que 200 já foram atendidas com aluguel social.

Desolado, o pedreiro Juacirde Ponte Rababelo, 65 anos, perdeu tudo. Ele contou que a chuva forte começou por volta das 22h de terça (21h no Recife) e surpreendeu todos os que moram na Estrada da Posse, que dá acesso ao Parque Imbuí, em Teresópolis: “A rua virou um rio. A correnteza era forte e carregava tudo. Os carros pareciam pedaços de isopor boiando na água. Para não ser levado, tive que fazer um buraco no teto e subir no telhado”, conta.

Por todos os lados, o que se via era destruição, lama e lixo. Casas foram destruídas, pontes, arrancadas, carros e caminhões, levados pela correnteza do Rio Imbuí, que transbordou e arrastou tudo que havia pela frente.

Nos bairros do Caleme, Parque Imbuí, Posse e Barra do Imbuí, os mais atingidos, pessoas sujas de lama deixavam suas casas com malas e poucos pertences, temendo novos deslizamentos. No meio da rua, corpos para serem removidos compunham um cenário de terror.

Fonte: Jornal do Commercio – Brasil – 13/Jan/2010

Inserido Por Anselmo Monteiro – Coord. Ação PE Solidário

O abandono dos flagelados


Vítimas da enchente de junho, em Barreiros, são pressionadas pela prefeitura a deixar acampamentos. Água e comida acabaram e segurança foi retirada

Famílias que estão alojadas no acampamento Esperança, no município de Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, montado pelo governo do Estado com apoio da prefeitura e de uma Organização Não-Governamental internacional para abrigar as vítimas da enchente de junho de 2010, denunciam que estão sofrendo todo o tipo de pressão do poder público para deixar o local. Muita gente já saiu. Um dos abrigos, que ficava localizado na entrada da cidade, já foi desativado. De acordo com os acampados, os funcionários da prefeitura dizem que eles precisam sair, pois não há mais comida. A água mineral já deixou de ser fornecida. Há 15 dias, o governo do Estado retirou o policiamento. Há dois dias, por volta das 17h, ocorreu um tiroteio no acampamento.
Helena Severina da Silva, 61 anos, mora numa das barracas com a filha, o genro e a neta de 3 meses. Relatou que todos os dias sofre pressão psicológica para abandonar o local. “Todos os dias, eles dizem que a gente têm que sair. Dizem que, se a gente ficar aqui, nós não vamos receber o auxílio-moradia no valor de R$ 150. O problema é que, com esse valor, não conseguimos alugar nenhuma casa. Não há mais casas em Barreiros para alugar. Só tem de R$ 400 e R$ 500”, informou.
O genro de Helena, Iranildo da Silva Rufino, 20 anos, relata que até kit de limpeza não estão entregando mais. “A gente está vivendo agora do que as pessoas estão entregando aqui. No Natal, por exemplo, deixaram bastante comida. Disso, não temos do que reclamar. Mas não temos mais artigos de limpeza. Faltam pasta de dente, papel higiênico, sabonete, entre outros produtos. Se a gente não se virar, fica sem nada. Eles avisaram que o prazo de seis meses acabou. O problema é que não temos para aonde ir. Não estamos aqui por nossa vontade. O que vamos fazer?”, questionou.
Outra reclamação é o corte no fornecimento de água mineral. “Já faz tempo que não estamos mais recebendo água potável para beber. Agora, é no caminhão-pipa. Ele vem toda semana e enche aquelas caixas. A água serve para tudo. Semana passada encontramos um sapo morto dentro do reservatório”, declarou Iranildo.
Reginaldo Francisco da Silva, 40 anos, mora com a mulher e seis filhos pequenos no acampamento. “A gente está sendo bastante pressionado. A pressão é psicológica. Até mesmo as pessoas que deveriam nos auxiliar psicologicamente estão dizendo que a gente precisa sair. Dizem que não vamos receber o auxílio. Mas só podemos sair daqui quando as casas estiverem prontas.”
CASAS
O governo do Estado já encontrou um terreno, em Barreiros, onde já começou a construção de unidades habitacionais para os flagelados da chuva. A área fica num ponto alto com o objetivo de evitar que novas tragédias se repitam. Na manhã de ontem, várias máquinas pesadas trabalhavam no local. Ao contrário do município de Palmares, na mesma região, as casas ainda não começaram a serem erguidas. No momento, a obra encontra-se na fase da terraplenagem.
Fonte: Jornal do Commercio – Cidades – 13/Jan/2010
Inserido Por Anselmo Monteiro – Coord. Ação PE Solidário

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